A noite do dia 28 de julho de 2016 foi histórica para a cidade de Taubaté, pois nada mais, nada menos do que o Sepultura esteve presente para um show extremamente aguardado da sua turnê em comemoração aos 30 anos de banda.
O chão estremeceu no Sesc Taubaté, com a banda dando 100% de si na performance, e o público estimado de duas mil pessoas, literalmente enlouquecendo com o som da banda.
Antes do show, o destaque vai para a Sepulstore, loja oficial da banda que conta com ótima variedade de camisetas da banda, além de patches e palhetas, tudo oficial.
O show estava marcado para as 20:30, e com poucos minutos de atraso a banda sobe ao palco, exatamente às 20:45, com todos os integrantes já interagindo com o público, especialmente Andreas Kisser e Derrick Green dando o tradicional boa noite pra galera.
De primeira a banda toca a clássica “Troops of Doom”, que empolga bastante por ter um ótimo groove em seu início, partindo para o tradicional Thrash em seus versos e refrãos. A guitarra de Andreas estava um pouco baixa, mas o problema foi resolvido rapidamente.
A banda seguiu com “Kairos”, com uma ótima performance de Derrick nos vocais. Logo depois, Andreas interage com o público, dizendo que iriam tocar coisa nova, mas também muita coisa velha, e completa dizendo “essa é uma das véia”, antes de tocar o riff de “Slave New World”, do álbum “Chaos A.D.”, que foi onde se formou o primeiro mosh da noite, mesmo que de forma tímida.
Derrick conversa mais um pouco antes de introduzir a música “Breed Apart”, onde o mesmo toca tambor e mostra um grande talento vocal em seus guturais, algo realmente surpreendente pra quem só costuma ouvi-lo nos álbuns de estúdio.
A banda segue com os clássicos e manda “Desperate Cry”, pra delírio dos fãs da era mais Thrash da banda. Aqui o grande destaque vai para o monstro da bateria Eloy Casagrande, que dá uma aula nas baquetas. A banda também toca “Dusted” do álbum “Roots”, antes de anunciar que tocariam uma nova composição do novo álbum – que tem previsão para sair em janeiro de 2017, diferente do que havia se comentado antes, que sairia ainda em outubro desse ano – chamada “I Am The Enemy”, que seria pela primeira vez tocada no Brasil.
“Convicted In Life”, do álbum “Dante XXI”, foi muito bem recebida, com uma performance realmente incrível de toda a banda. “Dialog” deu as caras logo depois, e foi um dos pontos mais tediosos do show, pois claramente muitos fãs não estavam familiarizados com a faixa do álbum “Kairos”, o que logo foi esquecido, pois a banda tocou a clássica “Attitude”, que foi cantada por todos, quase como um hino, um dos pontos altos do show.
O segundo mosh foi formado, logo após Andreas anunciar que tocariam algo mais Hardcore, “Biotech Is Godzilla” começou e o público foi praticamente exprimido para as beiradas do local. No meio da música eles tocam “Polícia”, com Andreas nos vocais, também foi um dos pontos altos.
A banda segue com “Sepulnation”, que visivelmente não empolga tanto, pois os fãs ficaram mais contidos, com somente poucos cantando os versos junto com Derrick. O mesmo acontece com “The Vatican”, do álbum “The Mediator Between The Head and Hands Must Be The Heart”, mesmo com Andreas falando um pouco sobre a canção, parecia ser conhecida por poucos do local.
Chegamos na reta final, antes do bis, e a banda manda quatro clássicos pra bater cabeça, começando com “Territory”, onde todos da casa cantaram juntos, começando a ficar sem voz. Aqui temos uma dobradinha Thrash, com “Beneath The Remains” e “Arise”, essas praticamente todos conheciam, e destaque para Andreas que toca com maestria e consegue suprir o fato de ter apenas uma guitarra agora na banda. Fechando, temos “Refuse/Resist”, que deixou o público literalmente sem voz. O chão tremeu nessa hora.
Em pouco mais de cinco minutos entre o intervalo e a volta para o bis, a banda volta explicando sobre o que fala a letra da próxima canção “Sepultura Under My Skin”, e fazem uma brincadeira com o baixista Paulo Jr. sobre ele ser o único membro atual da banda a não ter uma tatuagem do Sepultura.
Pra fechar, temos dois clássicos do álbum “Roots”, primeiro “Ratamahatta”, que prepara o território pra que o show seja fechado de forma brilhante por “Roots Bloody Roots”, essa foi a hora pra garganta arrebentar, renovou as forças até de quem já estava com as energias esgotadas neste fim de show.
Bom, como experiência pessoal, devo dizer que o show superou minhas expectativas, principalmente Derrick Green, com o qual eu não era tão simpatizante e agora ganhou muito meu respeito como vocalista de uma das minhas bandas favoritas. Andreas Kisser sem dúvidas é o que tem mais presença de palco, sabe interagir como poucos com o público, claramente o líder da banda. Eloy é um baterista excepcional, e merece o título de um dos melhores do Brasil. O que posso contar como ponto negativo é a presença quase nula de palco de Paulo, sem interação com o público, tocando de olhos fechados quase que todo o tempo, me decepcionei um pouco com esse fato, já que fiquei praticamente em frente ao mesmo o show todo.
Finalizando, o Sepultura mostra muita força e energia em suas apresentações, a entrada do jovem Eloy Casagrande deu uma grande renovada na banda, Andreas continua sendo o mesmo em questão de energia e habilidade com a Guitarra e Derrick conseguiu conquistar até as “viúvas do Max”, que era meu caso.
Mesmo após trinta anos, com os problemas dos irmãos Cavalera, mudanças de formação, discos relativamente fracos e a caída de popularidade, com todo o respeito as ótimas bandas nacionais que temos, o Sepultura continua sendo a maior banda do Brasil.
Formação:
Derrick Green (vocal);
Andreas Kisser (guitarra);
Paulo Jr. (baixo);
Eloy Casagrande (bateria).
Setlist:
01 – Troops of Doom
02 – Kairos
03 – Slave New World
04 – Breed Apart
05 – Desperate Cry
06 – Dusted
07 – I Am The Enemy
08 – Convicted In Life
09 – Dusted
10 – Attitude
11 – Biotech Is Godzilla/Polícia
12 – Sepulnation
13 – The Vatican
14 – Territory
15 – Beneath The Remains
16 – Arise
17 – Refuse/Resist
Encore:
18 – Sepultura Under My Skin
19 – Ratamahatta
20 – Roots Bloody Roots